terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A face da noite muito me facina
principalmente quando a lua está
cheia, de beleza e poesia!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Um espirro bestial sobre a liberdade!

Estive pensando no quanto não temos controle sobre as nossas próprias vidas, sobre as decisões que tomamos e muito menos naquilo que futuramente podemos nos tornar. Parece até que tudo o que acontece, acontece sem termos a plena consciência ou sem estarmos a par das coisas.
As vezes penso que não temos o controle de nossas próprias vidas, desde o momento que nascemos. Não escolhemos os nossos pais, a nossa nacionalidade e nem a nossa língua. Não escolhemos nascer no Brasil ou na Dinamarca. Não escolhemos a nossa cultura, se nascemos dentro de uma comunidade indígena ou em um país de cultura hinduísta.
Será que estamos à mercê da poderosa corrente chamada destino? Será que a vida de cada um de nós ja foi previamente escrita por uma força que desconhecemos? Como se a mão de Deus estivesse pairando sobre nós e toma-se todas as decisões acerca de nossas vidas. Será que tudo o que acontece conosco ja vem premeditadamente escrito: como os amigos e as escolhas e decisões que tomaremos ao longo de nossas vidas?
Destino e liberdade: são duas coisas completamente opostas ou dois lados da mesma moeda? Será que temos a liberdade de escolhermos conscientemente quem ou o que seremos futuramente? Será que o homem escolhe voluntariamente a sua própria religião? Será que o fato de um sujeito nascer em uma família cristã e bastante religiosa, também será um futuro cristão? Será que escolhemos livremente o que iremos fazer e qual profissão iremos exercer futuramente?
Não sei a resposta, mas as vezes penso que tudo já vem previamente elaborado e que eu sou apenas um boneco preso nas redes ou nas teias de algo incompreensível e inexplicável para mim.
Acredito que somos frutos de nossas experiências vividas, desde o nascimento até o fim da vida. Acho que isso significa que o que você é hoje, é resultado de tudo aquilo que você já viveu, e nisso obviamente inclui a relação que estabelecemos com o mundo externo a nós: valores, tradições, costumes, mídia e a própria sociedade. Tudo isso exerce uma grande influência naquilo que iremos nos transformar.
Por exemplo, uma pessoa que nasceu em um ambiente favorável à leitura, ao teatro, à música clássica, às artes plásticas etc; possui uma grande probabilidade de que essa pessoa vá desenvolver um gosto por tais coisas. Enquanto alguem que nasceu em um ambiente de extrema pobreza, de violência, de prostituição, crimes e drogas etc; vai haver uma grande probabilidade dessa pessoa viver a sua vida atrelada a um atividade ílicita e criminosa. Isso ocorre porque a medida que o ser humano vai crescendo ele se relaciona com o mundo social e com todas as possibilidades acerca dele, e isso vai gradativamente influenciando-o: na sua formação psicológica e no seu desenvolvimento subjetivo.
Para entendermos isso claramente temos que compreender o conceito de subjetividade e objetividade, e como esses conceitos se relaciona com o homem ao longo de sua vida. Como também entendermos a idéia de endoculturação fornecido pela Antropologia. Tudo o que é subjetivo refere-se ao mundo interno do homem e o obetivo ao externo, de tudo aquilo que se encontra externo ao homem. A endoculturação é o processo permanente de aprendizagem de uma cultura, que se inicia na infância até à idade adulta de um indivíduo. Na medida que o individuo nasce, cresce, e desenvolve, ele aprende envolvendo-se cada vez mais a agir da forma que lhe foi ensinado, assimilando assim a cultura que lhe é externa, ou seja, a endoculturação está no âmbito objetivo.
O Filósofo Suíço Jean-Jacques Rousseau elaborou a idéia do bom selvagem, onde, segundo o pensador, o homem nasce naturalmente bom e que a sociedade o corrompe. Mas eu pergunto o que é bom e o que é o mal? Será que são conceitos ou valores universais aplicados em todas as culturas?
Quando me perguntam o que eu acho sobre a questão do livre arbítrio, falo que acredito que ele não exista. Acho que escolhemos pouco ou nada em nossas vidas, pelo menos, nos primeiros anos dela, que é quando estamos na fase do nosso desenvolvimento subjetivo. Ao dizer que não acredito no livre arbítrio talvés esteja sendo extremamente reducionista, mas não acredito pelo menos não na visão passada pela cultura cristã, quer dizer, na escolha do bem ou do mal. Primeiramente, a idéia manigueísta de bem e mal são muito relativos. O que para você pode parecer o bem, para uma outra pessoa, proveniente de um outro contexto, com outras experiências, uma outra educação, não o pode. Isso significa que o bem e o mal é muito relativo, e o que para mim pode parecer bom para um outro indivíduo não o pode.
Baruch Spinoza fala sobre as forças externas da qual o homem é constrangido: a língua, a religião, costumes, valores, cultura, enfim, a própria sociedade que nos rodeia. Quando nascemos somos lançados a um mundo de possibilidades limitadas, e ao relacionarmos com ele, seremos "condicionados" a ele.
O filme Efeito Borboleta fala desse respeito. Fala sobre a causa e o efeito, sobre a teoria do caos, onde o simples bater de asas de uma borboleta pode ocasionar um tufão do outro lado do planeta. Como pouco ou praticamente nada compreendo sobre a teoria do caos não vou me ater a ela. Mas quando sempre assisto esse filme eu sempre faço uma retrospectiva de minha própria vida; "e se eu tivesse pegado um outro caminho? Se ao invés da direita tivesse pegado a esquerda? O que teria acontecido comigo, será que eu seria a mesma pessoa, teria a mesma visão das coisas e da vida?" É nesse sentido que eu digo quando digo que não temos nenhum poder sobre as escolhas e decisões que tomamos nas nossas vidas, pois parece que tudo é fruto de nossas experiências, e das forças extrísicas a nós.
No mais, só queria dizer que as questões acerca da liberdade, do destino e das escolhas e decisões que fazemos na vida, para mim é como se quizessemos entender coisas muito distante da compreensão humana. E essas questões a muito tempo fazem parte das grandes divagações filosóficas. Assim sendo, o que eu descorri nessa pequena dissertação, mesmo me respaldando em textos filosóficos, foi à grosso modo, pois para compreendê-las requer muitas leituras e reflexões.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Chuva de verão


Mais uma chuva inesperada de verão.
Que vem expontânea, desenfreada,
Sem aviso e sem medida.

Ela rasga o céu
Com raios e trovões.
Vem tão forte que inunda a terra
Com um vento descompassado sem norte.

Mas, depois da chuva desmedida
O sol sempre reaparece
Abraçando o horizonte
E rompendo as densas nuvens negras
Carregadas dos pecados dos homens.

Desta vez o Sol traz consigo
As cores do arco-íris
E o perfume das pétalas
Que se exala por todas as partes
Ao beijar a terra molhada
Da chuva ensandecida.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Lua de prata


Era em noites cálidas
Que a lua de prata surgia.
Ela brilhava irradiante
À beijar, sobre o crepúsculo,
A flor desbotada.

Mesmo coberta pelo véu da noite
Dominava o céu e embriagada
Afagava o canto dos (e)namorados.

Era magnífica vê-la
Entre o mar de estrelas
Mostrando-se divina e envaidecida
Para os andarinhos errantes
Amantes da poesia.

Ela sorria embevecida
Um sorriso de ressaca
E desdobrava-se toda numa
Cadência ritmada.

Recôndita reluzia enfeitiçada
E refletia-se sutilmente
Na embriaguez azul
Dos olhos seus.

Ela ostentava uma beleza
Transcedente que iluminava
E encantava.

Mas hoje
Não há mais noites cálidas
Nem lua de prata
Só o coração a clamar
Amargo e desiludido
A sua falta demasiada!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Travessia da lua


O dia envelheceu

Desfazendo a luz da aurora.

Surgi a lua atravessando nuvens densas

Carregadas dos cantos dos

Passaros mecânicos e

Das baforadas esfumaçantes das bocas

Das indústrias.

Ela surgi e banha enraivecida a cidade adormecida.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Nas noites sombrias



Nas noites sombrias
Caminho entre ruas silenciosas
E solitárias,
Ouvindo sussuros e gemidos
A procura de seus passos.

Contemplo o céu taciturno,
Vazio de estrelas
E ausente da luz translúcida
Do luar!
Atravesso o manto da noite,
Abraço a vertigem
E destruo as tormentas
E o frio inóspito que congela;

Ouço os ecos dos meus pensamentos
E o batimento do coração
Que pulsa ofegante e aceleradamente
Sedento de poesia e de amor.

Meus olhos penetram nas sombras,
Quebram as correntes gélidas dos ventos
E pecorrem entre as torrentes ríspidas
Em busca dos seus.

Vago solitário pelas ruas escuras
Na tentativa de te encontrar
E nos teus braços me perder
E em súbito instinto beijar as cifras
De palavras de seus lábios.

Nas noites sombrias
Almejo te encontrar,
Tua face de sonhos e magias tocar
E despido das sombras
Em realidade transformar:
A tempestade em felicidade,
Noite em dia, trevas em luz
E dor e amor em poesia.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Tempo, poderoso tempo!


Tempo, poderoso tempo!
Seu enlaçe caleja amarras
Atadas pelas forças impiedosas do destino.
Impetuoso e indomável,
Em sua calçada constrói experiências humanas
E no espelho marcas que tange dores infidáveis.

Tempo, poderoso tempo!
Vem sem freio e sem medida
Abatendo a vida.
Despi o véu dos dias,
Come gradativamente a carne
E definha o corpo
Inundando a pele de rugas.

Tempo, poderoso tempo!
Esquarteja vorazmente
E dissipa a vaidade do homem,
Deixando dores e angústias
Intermináveis.

Tempo, poderoso tempo!
Queria quebrar seu ciclo
Desenhar meu próprio destino
E ter seu domínio
Mas sou um mero boneco em sua roda
Que gira implacávelmente
Como um rolo compressor
Devorando e ursupando minha vida
Sem o meu consetimento.