quinta-feira, 29 de abril de 2010

Para a Poesia

Para beber do néctar da poesia é preciso passar por um verdadeiro processo de desprendimento. Abrir mão de filosofias várias, do saber ciêntifico e escolado e das amarras dos signos da qual fomos submetidos lingüística e culturalmente.
Despir da consciência o denso véu que a envolve e lavar a alma impregnada das sujeiras dos simbolos.
Abrir os olhos enferrujados e empoeirados, e quebrar as algemas que inundam os sentidos de códigos e significados.
Desconstruir os muros feitos de blocos de conceitos.
Transgredir regras gramaticais e andar a contra mão do dicionário, ser agramatical.
Para a poesia não é preciso demasiada inteligencia, ser um intelectual de praxe; mas de sensibilidade, de ver as coisas nas entrelinhas. Até mesmo as coisas que consideramos banais e ordinárias tem grande estima, pois elas possuem beleza, tem poesia!
O ócio também é de grande estima, assim o poeta pode se dispor de sua natural vagabundagem de fazer poemas.
Aprender a desaprender, desnudar os olhos, amar incondicionalmente as palavras e vê-las nuas no banho ou na chuva.
Enfim, é preciso ser oleiro e construtor de palavras, mergulhar em seu emaranhado de possibilidades... e voltar a ser criança e ver como se fosse a primeira vez.

Nenhum comentário:

Postar um comentário