quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Lua de prata


Era em noites cálidas
Que a lua de prata surgia.
Ela brilhava irradiante
À beijar, sobre o crepúsculo,
A flor desbotada.

Mesmo coberta pelo véu da noite
Dominava o céu e embriagada
Afagava o canto dos (e)namorados.

Era magnífica vê-la
Entre o mar de estrelas
Mostrando-se divina e envaidecida
Para os andarinhos errantes
Amantes da poesia.

Ela sorria embevecida
Um sorriso de ressaca
E desdobrava-se toda numa
Cadência ritmada.

Recôndita reluzia enfeitiçada
E refletia-se sutilmente
Na embriaguez azul
Dos olhos seus.

Ela ostentava uma beleza
Transcedente que iluminava
E encantava.

Mas hoje
Não há mais noites cálidas
Nem lua de prata
Só o coração a clamar
Amargo e desiludido
A sua falta demasiada!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Travessia da lua


O dia envelheceu

Desfazendo a luz da aurora.

Surgi a lua atravessando nuvens densas

Carregadas dos cantos dos

Passaros mecânicos e

Das baforadas esfumaçantes das bocas

Das indústrias.

Ela surgi e banha enraivecida a cidade adormecida.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Nas noites sombrias



Nas noites sombrias
Caminho entre ruas silenciosas
E solitárias,
Ouvindo sussuros e gemidos
A procura de seus passos.

Contemplo o céu taciturno,
Vazio de estrelas
E ausente da luz translúcida
Do luar!
Atravesso o manto da noite,
Abraço a vertigem
E destruo as tormentas
E o frio inóspito que congela;

Ouço os ecos dos meus pensamentos
E o batimento do coração
Que pulsa ofegante e aceleradamente
Sedento de poesia e de amor.

Meus olhos penetram nas sombras,
Quebram as correntes gélidas dos ventos
E pecorrem entre as torrentes ríspidas
Em busca dos seus.

Vago solitário pelas ruas escuras
Na tentativa de te encontrar
E nos teus braços me perder
E em súbito instinto beijar as cifras
De palavras de seus lábios.

Nas noites sombrias
Almejo te encontrar,
Tua face de sonhos e magias tocar
E despido das sombras
Em realidade transformar:
A tempestade em felicidade,
Noite em dia, trevas em luz
E dor e amor em poesia.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Tempo, poderoso tempo!


Tempo, poderoso tempo!
Seu enlaçe caleja amarras
Atadas pelas forças impiedosas do destino.
Impetuoso e indomável,
Em sua calçada constrói experiências humanas
E no espelho marcas que tange dores infidáveis.

Tempo, poderoso tempo!
Vem sem freio e sem medida
Abatendo a vida.
Despi o véu dos dias,
Come gradativamente a carne
E definha o corpo
Inundando a pele de rugas.

Tempo, poderoso tempo!
Esquarteja vorazmente
E dissipa a vaidade do homem,
Deixando dores e angústias
Intermináveis.

Tempo, poderoso tempo!
Queria quebrar seu ciclo
Desenhar meu próprio destino
E ter seu domínio
Mas sou um mero boneco em sua roda
Que gira implacávelmente
Como um rolo compressor
Devorando e ursupando minha vida
Sem o meu consetimento.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Sinfonia do caos


Imersos em meus pensamentos
me perco entre o real e o irreal
deslumbro a imensidão obscura
e num mar de cinzas meu espírito vaga.

Na sinfonia do caos
vida e morte se entrelaçam
dor e destino se confrontam

Alucinações e devaneios
perturbam a mente.
Tempestades e tragédias
consomem a alma.

Mergulho nas profundezas
abissais do ser e
vejo um vazio infinito
de viver verdadeiramente
trocando passos com a solidão.

Dor sem precedentes


Uma dor sem precedentes dilata meu coração.
Veio como uma chuva inesperada de verão
que apossou-se de mim sem minha permissão.
Sinto-me asfixiado e perdido em meio ao vão.
Queria uma navalha para cortar meus pulsos
e sentir o sangue derramar como se fosse a dor
a desmanchar.
Não mais respiro, não mais sinto
o oxigênio a inflamar meus pulmões.
Só uma angústia insuportável
e uma dor intensa
a estagnar meus dias,
dilacerar minha alma e
corroer minha vida.


Escrito em uma noite fria e chuvosa!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Educação Indígena

Ao estudarmos a historia da educação e viajarmos pelo tempo, iremos perceber que a educação nem sempre foi à mesma dos dias atuais e que há diversos modelos e diferentes formas dela ser transmitida.
Nas sociedades tribais, por exemplo, a educação é difusa. Isso significa que o saber e o conhecimento é aberto à todos, ou seja, é igualmente transmitido para todos os membros da comunidade, visando a formação integral e universal dos mesmos.
A educação, na sociedade tribal, diferentemente das sociedades complexas, é transmitida espontânea e naturalmente para todos. As crianças indígenas aprendem imitando os gestos dos adultos nas atividades diárias e nas cerimônias dos rituais, e elas aprendem para a vida e por meio da vida, os costumes, os valores, e as crenças que configuram a cultura da tribo, e isso acontece sem que alguém esteja especialmente destinado para a tarefa de ensinar. Assim sendo, na sociedade tribal, não há a existência da instituição escola controlada por um Estado, como acontece nas nossas sociedades, pois a organização social das tribos se baseia em uma estrutura que mantêm homogêneas as relações, sem a dominação de um ou outro segmento. Em decorrência disso, a sociedade tribal é homogênea, una, indivisível e sem classes, onde a terra pertence a todos e o trabalho e seus produtos são coletivos.
Entretanto, as sociedades tribais sempre foram vítimas de forças externas onde o modelo difuso de sua educação, que é responsável pela transmissão dos valores, costumes e crenças do arcabouço cultural, foi violentamente agredida.
O filme "A Missão" explicíta muito bem isso, a maneira em que os índios foram doutrinados, por meio da catequização e evangelização da instituíção católica através das missões jesuíticas. Além disso, o filme relata, também, o massacre em que os índios foram submetidos.
Esse pequeno texto é só uma introdução que nos lança a outras visões, pois demonstra o quanto a Educação possui diferentes roupagem, onde em cada sociedade há um modelo próprio, que se enguadra aos parâmetros do seu sistema político, social e econômico.


Referência Bibliografica

Aranha, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. Sp. Ed. Moderna, 2002

domingo, 12 de dezembro de 2010

O Livro



Na solidão do encontro ponho-lhe aleatoriamente em minhas mãos.
A minha ânsia pelo saber me faz pecorrer caminhos desconhecido.
Atravesso a porta, fixo os olhos em suas ardentes páginas e o
pensamento se compenetra a linguagem indecifrada.
Debruço-me na imensidão de palavras não lidas, e ainda
ininteligíveis ao meu espírito inquieto que vaga de encontro a elas.
Anseio abraçar a tessitura costurada pela linguagem e me enlaçar em seus fios.
Mergulhar no mar incomensurável de infidável mistério, luz e conhecimento.
E assim desencadeiar as sombras que me cercam, prendem e limitam...
Quebrar minhas algemas e dilatar meus grilhões,
Desregramento dos meus sentidos e o
despertar da consciência inundada de ilusões!